19/02/2000
Carnaval. Estando em casa, pois nesse dia não toquei, comecei a sentir uma boa presença trabalhando a minha energia. Eram mais ou menos 23:30. Sabendo por intuição que era um convite para a projeção, não perdi tempo e fui-me deitar. Coloquei meu abajur de luz florescente virado para o canto da parede, deixando o quarto com uma luz bem fraquinha, porém dando total visão caso precisa-se na saída do corpo.
Tempo bom, noite estrelada, fazia um pouco de calor, então deixei a janela entre aberta.
Deitei-me na posição supina(barriga para cima), com os braços apoiados por dois travesseiros para não causar incomodo(muito tempo nessa posição, sem movimentação, causa uma certa agonia nas articulação, por isso procurar uma posição bem confortável é essencial).
Comecei a exercitar as energias. Lembro de ficar mais de hora e já estava quase perdendo a consciência, quando sinto um estalo no Chacra frontal. Então senti as energias darem uma circulada bem forte e parar. Comecei a me concentrar na saída, e procurei não me preocupar com as repercussões fortes energéticas. Até que entrei em EV(estado vibracional). A sensação energética estava fortíssima, então não perdi tempo, e comecei a tentar flutuar. Consegui uma saída em Tredelemburg(quando saí o corpo todo, só ficando a cabeça interiorizada). Forcei novamente a saída, e consegui soltar a para-cabeça.
Sempre que estou me afastando do corpo, tenho a sensação de que minha consciência está alternando entre o corpo físico e o astral, como se estivesse em ambigüidade, numa velocidade fantástica, até que me afasto e começo a me sentir centrado no corpo astral, e controlo melhor o processo.
Me afastei do corpo, e ao sair do quarto, reparei o ambiente idêntico, vi que estava projetado na dimensão troposférica(dimensão em que podemos ver tanto espíritos como pessoas, ou essa mesma em que estamos, só que uma freqüência acima). 95% das projeções que tenho é nessa dimensão. Já me perguntei muito o por quê de só acordar nessa dimensão, porém a resposta me veio com o tempo, quando reparei que o melhor lugar para ser útil e ali. Normalmente é zona de sofrimento, ilusão, onde espíritos vagam, onde as pessoas saem projetadas(por sintonia), e podemos dar uma força, e também onde os amparadores mais trabalham.
Quando resolvi descer a escada para dar uma “olhadinha pela casa”, gosto muito de fazer isso, alias, quem não gostaria de saber o que temos dentro da nossa casa? O que tem na espiritualidade? Espíritos, objetos. Porém, quando penso em descer, sinto um puxão pelo braço, e já apareço em um local com vários índios, inclusive velhos conhecidos. Vai parecer estranho isso que vou falar, mas lá eu conhecia quase todos, mas agora não lembro de quem eram, como era, seus nomes, NADA! Estranho não? Pois é, mas essa é a limitação que o cérebro físico nos dá. Um magnetismo fantástico, que não deixa passar muita coisa.
A tempos atrás pensei que o cérebro era a evolução, hoje já acho que ele é a limitação :), claro, se bem treinado, pode ser uma ferramenta poderosa.
Vendo os amigos índios, abracei muitos, recebi passes, até me jogaram para cima na hora, a sensação que tive foi que subi uns 10 metros, muito gostosa.
Um deles falou para todos:
Agora vamos ao trabalho.
Trabalho ? Indaguei! Onde?
Relaxe e dance, respondeu um outro ao meu lado.
Dance?
Sorri achando graça do bom humor daquela consciência.
Estava me sentindo muito bem.
Numa velocidade que não dá para contar com palavras, aparecemos num local lotado de pessoas, com muito barulho. Reparei que estávamos no meio de alguma festa, quando vejo o Trio Elétrico entendi, e perguntei: o que fazemos aqui?
Vamos trabalhar dançando!
Como? Perguntei!
Sim.., respondeu o Índio. Não imagina como funciona as coisas no nosso Pai Oxalá. Até em locais como esse, tem espíritos trabalhando, centenas deles.. Só que não podemos acessar esse ambiente sem disfarce, pois iríamos gastar muita energia para defesa, e seria quase impossível fazer isso. Então o que fazemos? Entramos disfarçados de “pessoas comuns”.
Não entendi direito o que ele quis dizer, ele apontando para mim disse:vamos, o pessoal já está a caminho, agora olhe para sua roupa?
Tomei um susto, eu estava como todos ali, com roupas de folião.
Vendo minha cara de curiosidade, ele disse:
Agora vamos dançando, finja ser “normal”, como todos, dance, e concentre-se no amparo, pois viemos buscar algumas entidades.
Simplesmente estranho! Mas fazer o que?
Meio que sem graça, fui dançando com eles, passando pelo meio do povo, apesar de estar de noite, conseguia ver tudo muito bem no meio de tanta gente.
Todos nem ligavam para nós, até que vi uma moça dançando com gestos muito sensuais, e comecei a entrar na onda. Então, senti um puxão pelo pescoço, e tomei uma”porrada” de um índio, então ele me disse:
Controle-se, não se deixe levar, se vacilar, vai despertar no corpo sem lembrar de nada. Não deixe que seus pensamentos saiam, não entre nas energias do local, só finja, lembre-se, estamos disfarçados.
Fiquei muito envergonhado da minha ação, e vi algo na mão dele, acho que foi com aquilo que ele me deu a “porrada”, um galho de alguma planta, qual?
O Grupo maior, que tinha se afastado mais, estava voltando com um espírito adormecido em um tipo de maca, mais parecia um lençol.
O amigo que me acompanhava, disse que já tinham conseguido chegar ao objetivo, e que eu continuasse a me controlar..
Olhando a cena, comecei a pensar em como tudo é inteligente. Como é que pode? Tanta ignorância nossa nesse mundo. Só pensamos em lazer, prazeres carnais, enquanto esses espíritos incansáveis arrumam nossas bagunças. Olhei para um grupo de pessoas dançando, e desviando por alguns segundos o caminho que estava, me prendi cena que via:
Já não sei dizer o que era espírito e o que era pessoas, pois alguns me encaravam, outros não, e um dos que me olhava, pareceu vir em minha direção, tomei um susto tão grande, que senti o EV no corpo todo. Coloquei a mão no coração para sentir como estava, e vi a bobagem que fiz. Quando pensei em ver meu coração, foi fazer isso, e voltar para o corpo na mesma hora.
Despertei fazendo o gesto da mão ao coração.
Fiquei parado um pouco na cama, e dei uma viradinha no pescoço, e tudo se formou na minha mente, juntamente com um banho energético, e um cheiro presente de planta no quarto.
Olhei para o lado, e vi no vídeo cassete, que eram 1:30 da madruga, porém a sensação foi que fiquei mais de 4 horas fora.
E vi o quanto faltou de experiência em mim.
Fiquei um pouco triste, pois foi uma projeção incrível, e me deixei levar mesmo sendo avisado diversas vezes..
Também. Tinha tanta gente, tantas pessoas bonitas, mulheres com danças sensuais, de tirar o fôlego do mais controlado. Quem sou eu para agüentar isso? Afinal, também sou filho de Deus, não? Risos, essa é a desculpa mais esfarrapada que tem :).
Bem, ficou para mim, essa experiência maravilhosa. Ainda mais porque sou músico, e não tinha essa visão de como funciona o amparo em zonas desse tipo, com multidões etc..
A perfeição da Criação, cada dia que passa fica mais viva em minha mente. Me faz crer, que tudo está exatamente onde tem que estar. É simplesmente impossível no meu ver, que tudo já não esteja programado. A evolução não acontece dessa forma só aqui na Terra. Deve haver milhares de planetas na mesma situação. Outros que já passaram pela fase que estamos, e essa é só mais uma escola, que tem às “séries”, programadas.
Somos alunos :), pequenos alunos no jardim de infância 🙂
É como disse um cara legal que passou por aqui:
“Deixai vir a mim as crianças, pois delas é o Reino de Deus”.
Muita paz, luz e amor nos nossos corações de criança.