@Fly.1978, eu concordo com a @lgomes quando ela diz que "problema não é o lugar...são as pessoas..." e eu conheço casas de Candomblé onde as coisas são sérias e procura-se ajudar as pessoas. Tem irmãos de santo meus que eu ajudei a cuidar em suas obrigações que são pessoas honestas e, inclusive um que está abrindo um terreiro e confio que ele vai fazer um bom trabalho e vai ajudar muita gente. O Candomblé e a Umbanda ainda possuem um apelo muito forte para certas camadas mais necessitadas da população que, com certeza, não se encontraria em outras religiões ou doutrinas e estas pessoas são beneficiadas. Durante meus 20 anos de Candomblé eu pude ver evolução espiritual e moral na vida de pessoas que não se encaixariam em outros sistemas de crença.
Eu te digo com conhecimento de causa, todos os caminhos são importantes e há no que se beneficiar em cada religião ou linha de pensamento. Cada um tem seu momento de estar em cada lugar. Certas pessoas não se encontrariam por exemplo no espiritismo ou na igreja católica mas conseguem realmente melhorar de vida e de mentalidade frequentando as igrejas evangélicas, por exemplo. Eu conheço pessoalmente casos de gente que "endireitou na vida" dessa forma.
Existem muitos caminhos para se seguir e nenhum está mais certo ou mais errado e toda essa diversidade é benéfica porque cada pessoa tem seu tempo de ser o que é e de estar onde está por afinidade.
Não deixei de frequentar o Candomblé porque tenha me desiludido completamente com ele mas por que comecei a me distanciar muito de suas especificidades conforme senti necessidade de investir em outras áreas e, colocando na balança, vi que tinham tantas coisas que eu queria fazer diferente que era melhor sair da religião. Na verdade, hoje prefiro seguir como espiritualista livre do que me fixar em uma doutrina ou grupo. Tenho tanto a me beneficiar do conhecimento que obtenho da literatura espírita, yogi, budista, ocultista, conscienciológica e etc. Mas reconheço que o Candomblé me fez muito bem num momento de minha vida em que eu precisava realmente entrar "no eixo", assim como o espiritismo havia feito antes disso no meu tempo de criança.
Você não faz ideia de o quão harmoniosa é a energia que se pode sentir em um xirê de santo tocado com amor ao orixá que é o amor ao meio ambiente, à energia de cada lugar e cada força da natureza e o respeito às diversas diferenças, respeito este que não vi em nenhum outro lugar que não o Candomblé ou a Umbanda.
Eu tenho ressalvas sim, existem muitos pontos negativos que vejo no Candomblé que se pratica hoje em dia e acredito que ele ainda tem muito que evoluir. Há uma série de coisas que eu conseguiria apontar e que já apontei em um lugar ou outro deste fórum mas eu sei que assim como as pessoas, as doutrinas e religiões precisam de seu próprio tempo para evoluírem e nada nesse mundo é imutável. Tudo muda... Sou otimista. Acredito que as coisas mudam para melhor. Acredito em evolução.
Enfim, se alguém sente atração pelos caminhos que o Candomblé ou a Umbanda proporcionam, eu digo apenas que siga, mas siga com amor, com vontade de evoluir, de ajudar e ser ajudado porque é sim um caminho belo e completamente válido e vai proporcionar as experiências que aquela pessoa precisa naquele momento.
Quanto à pratica de magia negra nessas religiões eu só tenho a dizer que cada um tem o karma que busca, seja onde for. As doutrinas que lhe propiciam práticas magísticas e energéticas lhe abrem um campo de possibilidades como tudo na vida e quanto maiores as possibilidades maior deve ser a responsabilidade. O remédio empregado de forma errada também traz malefícios assim como qualquer tipo de conhecimento.