Penso que, tanto na China, no Brasil, como em qualquer lugar, o bicho homem evolui, mas ainda é bicho humano. Movido por instintos, principalmente o de sobrevivência. Se o sujeito que passa não perguntar "quem pecou para que ele fosse cego", como o discípulo de Jesus, vai se perguntar o que fez para estar ali ou o que saiu de errado na sociedade. Às vezes, parece que as pessoas esquecem que o Ideal é só ideal, que esse mundo não é para ser perfeito, senão não serviria a seu propósito, que é o de provar e experimentar (leia-se machucar mesmo, testar os limites).
Esse é o velho sonho messiânico terrestre, o de fazer desse mundo um Éden 2.0 com Wifi em todas as esquinas. Se fosse para ser assim, Jesus tinha dito: "Galerinha do Céu, desce que é hora de arrumar essa bagaça, por que o Povo da Índia fuma muito ópio e o Moisés errou na hora da encruzilhada." O "Reino" NÃO É deste mundo. Este mundo é um paraíso para os tolos, e ele não nos pertence, somos passageiros.
Quanto ao brasileiro, correndo o risco de ser reducionista demais: parece um jeca que, na festa, descobriu-se com um Nike em cujo cadarço vive tropeçando. E ainda acha bonito tropeçar no Nike (só por que tem o Nike). Problema: ele ainda corre o risco de ficar com a garota da festa, ao invés do chinês e do americano.