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As vezes acho que muita gente, mesmo aqueles que deveriam saber mais, tem uma certa dificuldade de entender uma lição básica sobre espiritualidade: Colocar-se no lugar dos outros. Fazer aos outros o que você gostaria que te fizessem. Tem gente que adora um discursinho relativizador hipócrita, para fingir ser o que não é, então vamos logo a exemplos cotidianos, para não perder tempo com bobajada filosófica: Você precisa contratar alguém para te fazer um serviço que você não curte, uma faxina, um serviço braçal. Ao invés de ficar ali apontando o dedo e fiscalizando, dizendo “não esqueça disto, aquilo ali não está como eu quero”, e ainda pensar silenciosamente ,com as mãos na cintura: “por isso esses caras estão na m... não querem fazer jus ao que recebem” , você deveria pensar “como é que eu posso FACILITAR o serviço dele, já que eu sei que é um serviço desagradável? (porque se fosse gostoso de fazer, eu mesmo faria né?). Aja como AJUDANTE do contratado, não como PATRÃO. Mesmo pessoas que ACREDITAM SER interessadas em espiritualidade vão bancar pequenos tiranos com suas empregadas domésticas, pedreiros, secretárias... porque pensam “estou pagando ora!”. Pensar assim é ser mais um elo na cadeia do mal no mundo. Mesmo quem pertence às ‘minorias’ (que em geral são a maioria silenciosa) acaba caindo nesse erro, não vê que estamos todos no mesmo barco, remando do jeito que dá, e sabotar a remada do colega é atrapalhar a navegação de todos! Outros exemplos: o mundo tem muito operário que no trabalho se queixa da exploração do patrão (opressão de classe) , mas chega em casa e trata a esposa como empregada ou objeto (opressão de gênero) . Tem mulher se queixando do machismo, mas trata a faxineira como se ela fosse a “gata borralheira” (opressão de classe, e se a empregada for de outra etnia, ainda pode ter alguma opressão de raça, se a ‘patroa’ não perceber o que passa na sua mente). Tem negros Se queixando de racismo (opressão de raça) , mas caindo nesse mesmo tipo de falha dentro de casa ( opressão de classe e de gênero). Esses três problemas, o tripé raça-classe-gênero são apenas aplicações diferentes do mesmo tipo de pensamento: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Quem pretende se dizer espiritualista não pode se deixar levar por esse tipo de pensamento! No ambiente de trabalho as vezes alguém pensa “o outro tem que ralar como eu ralei” (em geral referindo-se a um novato) , mas isso é desforra contra o alvo errado! É querer que outro sofra como você sofreu, mas quem foi o culpado desse sofrimento? Foi esse outro por acaso ? (Até o trote de universidade é baseado nessa lógica absurda!). Você ralou para aprender formas melhores de fazer aquele trabalho, então é seu dever PARA COM A HUMANIDADE passar isso para os demais, para que outros agora possam ralar MENOS. Só assim a humanidade pode avançar. Outro exemplo: o cara morou de aluguel a vida toda, pagando IPTU, que é IMPOSTO DE PROPRIEDADE, e se um dia melhora de vida e tem imóvel para alugar, vai cobrar do inquilino o IPTU? Seja você o honesto com os próximos, já que antes não foram com você! Não seja mais um elo da cadeia de opressão neste planeta regido por uma ideologia satânica, onde o mais forte escravizará o mais fraco sempre que encontrar espaço para isso (as tentativas de 'flexibilização' das leis que tentam equilibrar a balança entre os mais poderosos e os mais desprotegidos são um exemplo de busca por mais espaço para dominação). Quando a força desse sistema nocivo quer te usar, você, mesmo sendo uma mera engrenagem, pode se recusar e atuar na direção proposta, ou mesmo sabotar a direção dessa força, desviando ou travando a coisa ali no seu espaço, ao se recusar a reproduzir esse mecanismo de opressão/exploração. Você não vai mudar o mundo, mas no seu espaço de atuação você tem poder para impedir esse sistema de atuar. E se cada pessoa procurasse fazer isso, o mundo já teria melhorado há muito tempo. E pelo amor de Deus, acorde!!!! A nível “macro”, na sociedade, não defenda sistemas/modelos que proporcionem espaço para essa dominação, porque você passa a ser parte do problema, enquanto que um espiritualista com o mínimo de lucidez tem que tentar ser parte da solução! É bem simples: você não será feliz enquanto não se focar em tornar a vida dos outros melhor, mais fácil, um fardo menos pesado, menos confuso. Não adianta ficar com conversinha sobre espiritualidade se no seu dia a dia você é mais um a exercitar divulgar/defender/praticar a “doutrina do inferno”que a maioria defende aqui na superfície. Aí depois o carinha vai alegar que não sabe de onde vem sentimentos de culpa de origem desconhecida...
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