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Punição eterna!?


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Eu percebo que muitos católicos e cristãos em geral tem essa ideia de que quem não se converter antes da morte vai sofrer um castigo eterno e sem retorno. Eu particularmente não acho justa essa forma de punição, já que, por que um Deus infinitamente grande e poderoso ficaria tão irado com uma humanidade tão pequena ao ponto de querer torturar ela para sempre? O que fizemos para deixar Deus tão irado ao ponto de fazer isso? O ser humano tem o poder de machucar Deus ou tirar algo dele? Apenas nós, humanos, sentimos raiva porque apenas nós podemos ser feridos e desejar vingança ao próximo. Apenas nós, humanos, somos fracos o bastante para sermos roubados e exigirmos justiça por isso. Mas essas coisas não fazem sentido se aplicadas à um Deus invulnerável, infinito, onipotente...

Então por que os cristãos não apenas acham justa a punição no fogo eterno, mas também ativamente querem que ela aconteça? Seria por que as pessoas projetam sua própria mente mesquinha sobre Deus, tentando criar Deus à sua imagem, e não o contrário? Além disso, seria também um sistema de ameaça de longa data inventada pelos bispos para manter a igreja no poder? Qual seria a razão das pessoas esperarem uma punição infinita para um pecado finito?

Exemplos:

Outro exemplo retirado dos comentário no vídeo:

Citar

Santa Faustina descreveu o inferno: "Hoje, conduzida por um anjo, fui levada às profundezas do inferno, um lugar de grande castigo; e como é grande a sua extensão! Tipos de tormentos que vi:

O primeiro tormento que constitui o inferno é a perda de Deus;

o segundo, o contínuo remorso da consciência;

o terceiro, o de que esse destino nunca mudará;

o quarto tormento é o fogo que atravessa a alma, mas não a destrói; é um tormento terrível, é um fogo puramente espiritual, aceso pela ira de Deus;

o quinto é a contínua escuridão, o terrível cheiro sufocante e, embora haja escuridão, os demônios e as almas condenadas veem-se mutuamente e veem todo o mal dos outros e o deles mesmos.

O sexto é a continua companhia do demônio;

o sétimo tormento, o terrível desespero, ódio a Deus, maldições, blasfêmias.

São tormentos que todos os condenados sofrem juntos. Mas não é o fim dos tormentos. Existem tormentos especiais para as almas, os tormentos dos sentidos. Cada alma é atormentada com o que pecou, de maneira horrível e indescritível. Existem terríveis prisões subterrâneas, abismos de castigo, onde um tormento se distingue do outro. Eu teria morrido vendo esses terríveis tormentos, se não me sustentasse a onipotência de Deus.

Que o pecador saiba que será atormentado com o sentido com que pecou, por toda a eternidade.

Estou escrevendo por ordem de Deus, para que nenhuma alma se escuse dizendo que não há inferno ou que ninguém esteve lá e não sabe como é.

Eu, irmã Faustina, por ordem de Deus, estive nos abismos para falar às almas e testemunhar que o inferno existe. Sobre isso não posso falar agora, tenho ordem de Deus para deixar isso por escrito. Os demônios tinham grande ódio contra mim, mas, por ordem de Deus, tinham que me obedecer. O que eu escrevi dá apenas uma pálida imagem das coisas que vi. Percebi, no entanto, uma coisa: o maior número das almas que lá estão é justamente daqueles que não acreditavam que o inferno existisse. Quando voltei a mim, não podia me refazer do terror de ver como as almas sofrem ali terrivelmente e, por isso, rezo com mais fervor ainda pela conversão dos pecadores; incessantemente, peço a misericórdia de Deus para eles. Ó meu Jesus, prefiro agonizar até o fim do mundo nos maiores suplícios a ter que vos ofender com o menor pecado que seja! (Diário de Santa Faustina, 741)."

 

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Acho que isso é fruto da época. Na antiguidade o conceito que as massas tinham de poder era poder sobre a vida e morte, o poder de destruição. Então quais caracteristicas poderiam atribuir a um Ser Supremo? 

Alguém "MAIS QUE "...

Mais poderoso que os reis mais poderosos.  Logo com mais poderes de destruição e punição. 

Um rei poderoso só poderia destruir seu corpo, o que é um poder limitado.  Alguém poderia achar que valia a pena lutar numa guerra por uma causa, já que se morresse na luta, os frutos da vitória seriam colhidos pelos que sobrevivessem. Além disso, todo o sofrimento da batalha acabaria com a morte. Se os pais estrassem numa guerra para ganhar o territorio  para sua prole, sua etnia, isso poderia ser considerado um preço adequado a apagar.

 Então Deus, para estar acima dos reis, teria que ser uma espécie de criatura que fosse além disso, capaz de punir também seu espírito, sem sofrer limitações do tempo. Daí que uma punição no pós-mortem, e eterna, seria uma alegação de poder supremo sobre todas as demais autoridades terrenas. Acho que faria sentido criar um mito assim para aqueles povos antigos, que resolviam tudo com guerras. 

O problema é que ainda hoje as  pessoas seguem cultivando esse tipo de mentalidade. 

Há outros elementos que talvez pudessem explicar isso também, como o fato de o tempo ser uma convenção arbitrária do plano fisico e talvez depois de desencarnar  possamos perder totalmente a noção de tempo, de modo que tudo parecerá eterno. Então alguém que esteja em sofrime ro psicologico após o desencarne pode ter a sensação que temos mesmo aqui no fisico: que o tempo parece passar bem lentamente quando estamos numa má situação, mas passa rápido quando estamos numa boa fase.

 É o que me parece que explicaria a questão do suicídio , porque se o sujeito se suicida  é porque já  está em sofrimento, não faria sentido alegar que o sofrimento será ainda pior a menos que exista algum outro elemento estrutural nisso que garanta esse resultado, ainda que não faça sentido lógico.Mas para os demais casos acredito mais na primeira visão. 

A gente nota que esse povo que acredita num Deus punitivo tem até um certo regozijo ao falar de castigos. É como se tivessem  prazer em ameaçar. Acho que é coisa da nossa psique primitiva mesmo:

https://www.youtube.com/watch?v=jemCty5RWPw&t=10020s

 

 

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Eu também acho esse negócio de punição eterna um negócio meio exagerado.

Se a justiça dos homens, que não é perfeita, cada condenado paga conforme a gravidade do seu crime, é meio difícil de entender porque Deus castigaria eternamente alguém por erros finitos, como você também frisou.

Mas as pessoas, como o Sandro disse, parecem se alegrar com a punição dos outros... acho que isso deve ser mesmo da nossa natureza.

Mas a explicação teológica dos cristãos sobre a punição eterna é que Deus é santo e sua santidade não pode permitir que um pecador fique na sua presença. Então acreditam que em Adão todos os homens pecaram, tornando-se inimigos de Deus. Seguindo essa lógica, para aplacar a ira de Deus que foi profanada pelo pecado do homem, seria necessário um sacrifício a altura de Deus, perfeito e santo, que daria a chance dos homens terem novamente paz com Deus, e esse sacrifício seria Jesus. Então, segundo a lógica cristã, quem estiver com Jesus vai pro céu se tornando amigo de Deus, os demais são todos inimigos de Deus e vão pro inferno. Essa é a explicação cristã de forma bem resumida. Das outras religiões eu não sei como funciona.

Mas como eu disse, acho bem desproporcional isso tudo para um Deus justo.

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Em 10/08/2024 at 19:03, sandrofabres disse:

Mais poderoso que os reis mais poderosos.  Logo com mais poderes de destruição e punição

Sim é verdade. Foi algo que eu refleti um tempo atrás. Um rei, não importa o quão poderoso e absoluto seja, perde total controle sobre os indivíduos depois deles morrerem. Na verdade, o rei não controla nem o que vai acontecer com ele após a morte, quem dirá outras pessoas. Então para reforçarem a autoridade que possuem sobre a sociedade, eles precisam de algum dispositivo que promete punição para a alma daqueles que forem contrários; por isso vemos que na idade média os monarcas governavam em conjunto com o clero, na busca do controle completo.

 

Em 10/08/2024 at 19:03, sandrofabres disse:

Então Deus, para estar acima dos reis, teria que ser uma espécie de criatura que fosse além disso, capaz de punir também seu espírito, sem sofrer limitações do tempo. Daí que uma punição no pós-mortem, e eterna, seria uma alegação de poder supremo sobre todas as demais autoridades terrenas.

Sim, só acho de bastante mal gosto inventarem que Deus usaria seu poder infinito para punir criaturas fracas e indefesas sem fim educativos, apenas como demonstração bruta de poder. Mas fazer o que, "poder" é a forma de linguagem que os humanos entendem desde milênios atrás. Na época das cavernas, se o líder de algum grupo de nômades quisesse implantar alguma medida, ele não iria perder tempo discutindo com outros membros na esperança de fazer um voto democrático, ele iria apenas meter a porrada em qualquer membro que fosse contra, ou seja, aplicar o poder para silenciar as vozes dissidentes. Isso é aceitável até certo ponto, mas é uma forma de agir bem destoante no momento atual, onde devemos aprender a nos relacionar com elegância, diplomacia e bondade.

 

Em 10/08/2024 at 19:33, Sidinei disse:

Mas a explicação teológica dos cristãos sobre a punição eterna é que Deus é santo e sua santidade não pode permitir que um pecador fique na sua presença. Então acreditam que em Adão todos os homens pecaram, tornando-se inimigos de Deus.

É... eu acho que essa conversa de punição eterna só pode fazer sentido dentro do sistema fechado do cristianismo, onde Deus literalmente criou o mundo em 7 dias, ai depois criou Adão e Eva a partir do barro, etc. Mas mesmo assim, se levarmos em conta apenas o Velho Testamento, nem os judeus acreditam em punição eterna, se não me engane. Acho que a crença vigente entre eles é que os "pecadores" apenas param de existir depois da morte, sendo que os judeus tem a chance da vida eterna caso sejam fieis e obedientes. Acho que no caso do cristianismo, o envolvimento do império romano na formação da igreja católica deve ter influenciado bastante essa doutrina da punição eterna, já que os romanos são conhecidos pelos métodos de punição extremamente brutais contra aqueles que se revoltavam contra o império. Então é normal que a igreja católica apostólica romana continuasse a tradição de punições extravagantes, tanto no plano físico, através da inquisição, quanto no plano teológico, quando discutem o destino de nossas almas após a morte.

 

Em 10/08/2024 at 19:33, Sidinei disse:

Então, segundo a lógica cristã, quem estiver com Jesus vai pro céu se tornando amigo de Deus, os demais são todos inimigos de Deus e vão pro inferno. Essa é a explicação cristã de forma bem resumida. Das outras religiões eu não sei como funciona.

Valeu por explicar, sua explicação me fez olhar as coisas de modo diferente. Não tinha parado pra pensar sobre esse assunto a partir da lógica cristã/católica pura. Acho que dentro da lógica deles até faz sentido concluir que existe uma punição eterna, apesar de não ser um axioma incontestável. Eu no entanto não concordo com a lógica deles, não raciocino que nem eles, então pra mim ficava difícil compreender como eles chegaram à essa conclusão.

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