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Quem mais está sozinho no natal?


Hellena

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Quando minha sobrinha era pequena, se ela sofria uma queda olhava para mim e para minha mãe antes de decidir se chorava ou ignorava o machucado. Se nos assustássemos ela chorava.

Minha mãe percebeu isso e começamos a não mostrar reação ou a sorrir quando isso acontecia. A partir disso quando ela caia e olhava para nós e não moatrávamos reação, ela levantava e seguia brincando, ignorava ou sorria conosco.

 

 Das vezes que ela bateu o nariz na queda e sangrou ( sem termos testemunhado a queda) ela vinha com cara de que não aconteceu nada e mostrava o sangue "olha, olha". Para ela era uma novidade aquilo, e nós ali tentando manter a tranquilidade enquanto pedíamos para ela contar o que aconteceu (ela com 3-4 aninhos) 

 

O ponto é: uma parte enorme do que consideramos sofrimento, tristeza, infelicidade, tem a ver com idéias fantasiosas que os outros criaram sobre como devemos nos sentir em cada situação. A mídia, a cultura, a família... todos ficam tentando enfiar na sua cabeça valores fantasiosos baseados nas preferências de um certo perfil psicológico, mas que pode não ser o seu!

Exemplos:

- boas pessoas tem muitos amigos, se não tem muitos amigos deve ser uma pessoa má

- ricos e famosos são felizes, são dignos de admiração, já pobreza é sinônimo de tristeza, são dignos de pena

- aproveitar a juventude significa sexo abundante e prematuro, enquanto que pessoas que seguem na direção contrária só podem ser infelizes ou ter algum problema, "não viveram"

- pessoas felizes são as que vivem em grupo, sempre em festas, e se drogando. Já as que não fazem isso devem ser infelizes. 

- um casal só tem razão de existir e só pode estar realizado se tiver filhos. Casais que optam por não ter filhos tem algum problema. Embora essa cobrança seja pesada sobre os dois, a maior cobrança, como em quase tudo, recairá sobre a mulher, que mesmo tendo decidido desde jovem não ter filhos, ao passar dos 30 começará a entrar num dilema bem maior

Embora estejamos cercados de pessoas que não seguem esses padrões e apenas "dão de ombros" para eles, eles continuam dominantes na cultura humana e em geral uma pessoa precisará já ter vivido algumas décadas para enxergar com clareza essas amarras que a coletividade tenta nos colocar. Quando se é mais jovem a pessoa pode até perceber esse jogo e sair desses padrões, mas em geral não terá ainda estrutura psicológica para ficar imune à autocobrança sobre isso, internalizada pela repetida exposição a esses símbolos e costumes. 

Então quanto mais cedo percebemos essa internalização de tristezas/alegrias falsas, definidas por critérios muito especificos que só valem para certos perfis de pessoas, mais cedo estaremos livres para sermos o que realmemte somos, ao invés de tentar ser um personagem que se encaixa numa ficção coletiva. 

E para responder ao tópico, passei o Natal sozinho, e devo passar o ano novo sozinho, porque prefiro assim. Detesto essas "sazonalidades de manada", que me soam como reduzir os seres humanos a sua origem animal, como os pássaros, que migram todos juntos para uma região numa estação, e depois voltam todos para a região de origem na outra estação. 

 

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5 horas atrás, sandrofabres disse:

Então quanto mais cedo percebemos essa internalização de tristezas/alegrias falsas, definidas por critérios muito especificos que só valem para certos perfis de pessoas, mais cedo estaremos livres para sermos o que realmemte somos, ao invés de tentar ser um personagem que se encaixa numa ficção coletiva. 

Mas uma pessoa completamente alienada pode gastar sua vida de uma forma menos proveitosa... Por exemplo, se uma pessoa que gasta seu precioso tempo de vida com games, trancafiado em seu quarto, seguisse "a manada" ao invés de ser um perdedor, poderia acumular experiẽncias de vida valiosas, mesmo que sejam superficiais ou que pareçam "reduzir os seres humanos a sua origem animal". Numa festa ou balada você pelo menos interage com outros humanos, vai criar memórias boas e ruins, mas que vão te marcar e te humanizar...  E essas experiẽncias vão te desenvolver como pessoa, assim como ir para academia somente para pegar mulheres, independente do motivo chulo, também te desenvolve. Ou você acha melhor uma pessoa passar a vida trancada no quarto?

 

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10 minutos atrás, Hellena disse:

Por exemplo, se uma pessoa que gasta seu precioso tempo de vida com games, trancafiado em seu quarto, seguisse "a manada" ao invés de ser um perdedor, poderia acumular experiẽncias de vida valiosas, mesmo que sejam superficiais ou que pareçam "reduzir os seres humanos a sua origem animal"

 

Acho q toda experiencia conta, ja q a gente nasce sem lembrar de nada do que ja fizemos. Temo q viver o que der, e guardar o que faz melhor. Mas viver o que a materia oferece (sem exagero, claro kkkk)

 

14 minutos atrás, Hellena disse:

E essas experiẽncias vão te desenvolver como pessoa, assim como ir para academia somente para pegar mulheres, independente do motivo chulo, também te desenvolve.

 

Eeeeeeeehhh

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34 minutos atrás, Hellena disse:

Ou você acha melhor uma pessoa passar a vida trancada no quarto?

Eu acho melhor a pessoa saber o que quer, e a razão pela qual quer aquilo, e saber porque os outros querem que ele faça o oposto, e as razões deles para isso,  ao invés de apenas tentar se adequar cegamente  ao que a coletividade  sonâmbula espera do cidadão médio.

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2 minutos atrás, sandrofabres disse:

Eu acho melhor a pessoa saber o que quer, e a razão pela qual quer aquilo, e saber porque os outros querem que ele faça o oposto, e as razões deles para isso,  ao invés de apenas tentar se adequar cegamente  ao que a coletividade  sonâmbula espera do cidadão médio.

 

Eeeeeeehhhh kk
Mas tem q querer. So fazer pq a maioria faz eh paia de mais.
Lembrei de uma imagem que eu vi de uns lobo mordendo uma ovelhinha kkkkkk os lobo la tudo feroz, nhame nhame ovelhinha ... mas tinha UM lobo q tava com cara meio que "Bah, acho paia"
Eh um bom exemplo. O nego foi com a galera pra uma parada que nem curtia de verdade
 

 

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Meu caso sobre o natal:
Eu num curto ficar com a rapaziada da familia nem eh pra me opor ao comum (pq tem quem se alegre de verdade nessas ocasioes), eh que eu me sinto desconfortavel no meio e tal
Ai escolho os plantoes nessas datas pq aqui eh mais de boa. Nem importo em nao fazer o social
Eles fica falando: "Ain, Fernando nem vem, nem gosta, nem segue as tradicao"

kkkkkkk

Sendo q conheco uns do meu clã que so vao nesses eventos da familia pra seguir a regra de estar junto no natal. Na minha cabeca eh mais confortavel fazer o que me deixa mais confortavel kk Tipo trabalhar no Natal

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6 minutos atrás, Hellena disse:

De vezes em sempre me pego pensando se estou realmente vivendo de forma correta ou eu poderia estar aproveitando mais, sabe. 

Me flagro de mais pensando essas coisas tambem kkk Mas quando penso em fazer as coisas me bate um desanimo kk pq minha diversao eh mais tranquila. Ate penso em fazer festas tematicas em casa, mas lembro que ai as pessoas teriam que vir na minha casa e entao eu desisto kkk Pq posso me cansar da festa, querer sossego mas a gelera ia querer mais festa. Eu seria facilmente o cara que sai escondido da propria festa, caso fizesse kkkkk

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3 minutos atrás, Fernando Galvao disse:

Sendo q conheco uns do meu clã que so vao nesses eventos da familia pra seguir a regra de estar junto no natal. Na minha cabeca eh mais confortavel fazer o que me deixa mais confortavel kk Tipo trabalhar no Natal

Você pode se arrepender disso quando ficar mais velho, já pensou nisso? 

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1 minuto atrás, Hellena disse:

Você pode se arrepender disso quando ficar mais velho, já pensou nisso? 

As vezes penso nisso tambem. Agora estou comecando um nucleo familiar (vou juntar com a nega em janeiro), e com essa familia eu tenho vontades de estar presente. 
Se eu tivesse filhos, familia formada seria diferente, claro. Me sinto um ser super familiar, mas para a familia mesmo, os de casa.

Em relacao aos meus pais, eles tambem nao sao de estar com a galera. Quando vao, ficam pouco. Acho que a vontade de ter sossego pode ser um tipo de heranca deles kkkk


Tenho idealizado esses eventos familiares para o futuro com a familia q ta se criando agora, mas coisa de casa mesmo. 
Pq se for so a familia (os proximos, intimos), pra mim tudo certo. O que me arrebenta eh a casa com 30 primos, som alto, porrada e reclamacao do presente ruim q recebeu que fulano deu pra ciclano kkkkkkk


 

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5 horas atrás, Hellena disse:

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Esse mundo e as pessoas sempre foram baseado por interesses, seja sexo, comida/recursos, poder, etc. Voce acha que tendo um trabalho as coisas vão ser maravilhosas agora, aí aparece um urelhudo e bocudo e te denuncia por um erro bobo pra conseguir uma promoção e destrói sua vida. Voce tá de boa namorando ou casado aí uma das pessoas te trai e destroi sua vida. Voce tá gerenciando seu negócio e algo de fora da errado e destroi sua vida. Voce não faz absolutamente nada e só fica dentro de casa e destroi sua vida.

Sua vida é eterna então não tá destruindo poha nenhuma, voce acha que destruiu pq acha que é um animal e só vive pelo animal, se o animal perdeu algo sua alma está agora falida, de acordo com esse pensamento cego.

Eu só vivo com meus objetivos afastados desse mundo, mas aí por coincidência começou a dar tudo certo pra mim, namorada, trabalho, familia...estranho né? parece que alguma coisa é que gerencia minha vida e quando eu sigo objetivos maiores parece que tudo se ajusta pra tbm ajudar na vida animal, pq n vivo pra natureza dele, e como a alma está acima dele algo sorrir pra voce lá em cima e acaba por equilibrar tudo pra vitória real, que não é da vidinha mortal e passageira que já vivemos incontáveis vezes.

 

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A vida tem processos que precisam amadurecer. Pessoas, idades, etapas. Só quando somos mais velhos é que olhamos para tras e enxergamos como os diversos eventos estavam conectados, mas com intervalos de vários anos entre eles. 

Deixo aqui uma dica de leitura. É apenas uma ficção mas, vale a pena:

Richard Bach - UM.PDF

 

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