Salvador, 29 de dezembro de 2002.
Fui deitar-me após as 03h30min da madrugada.
Relaxado, fiz as técnicas projetivas com calma, sem nenhuma pressa.
Senti algumas presenças no quarto, mas não liguei, continuando no meu trabalho com as energias.
Após certo tempo, senti algo quente pegar na minha nuca. Então, um estalo forte se deu na minha cabeça, e depois disso senti um forte estado vibracional circular livremente pelo meu corpo. Abri os olhos ainda no corpo, mas não vi nada.
Depois de um tempo, vi um espírito de branco me olhando e reparei que ele estava sorrindo para mim.
Perguntei-lhe: “Você não vai me ajudar a sair daqui não?”
Ele respondeu bem humorado: “Eu? Eu, não… Já fiz até demais para um cara que se diz projetor. Levanta daí, preguiçoso, pois vamos precisar ir num lugar juntos.”
Com a sensação de que tinha que vencer, me concentrei e forcei para sair.
Tentei uma, duas, três, e não consegui.
Até que numa tentativa meia que desesperada, consegui levantar e saí do corpo parecendo avião.
Saí do quarto, e olhei para trás procurando a entidade extrafísica.
Foi quando senti uma mão no meu ombro, e uma voz dizendo-me novamente com bom humor: “É… você está ceguinho hoje. Vou lhe ajudar.”
Senti um tipo de tapa no centro da testa, e comecei a ver duas entidades a mais, além daquela que pegou no meu ombro.
Uma também estava de branco, a outra vestida de índio.
Senti meu coração espiritual bater acelerado, quando vi que era um amigo da família…
Era o Sr. Balthazar, um espírito que trabalha no grupo, e pelo qual tenho um carinho muito grande.
Quando fui abraçá-lo, ele me disse assim: “Vamos, meu filho, temos que visitar uma pessoa.”
E saímos rapidamente. Achei interessante, pois um dos amigos de branco me pegou pela nuca, e simplesmente tudo sumiu na minha frente. Senti uma sensação estranha na barriga, um frio. E logo estávamos na frente de um prédio grande e branco.
Todos estavam em silêncio, e reparei ser um hospital (não sei se espiritual somente).
Entramos todos no lugar. Várias entidades circulavam com calma, mas via nos semblantes que estavam todos trabalhando com vigor.
Tudo limpo, arrumado. Sensação boa.
Chegamos a uma ala diferente, e um senhor de barba veio nos atender.
Quando Sr. Balthazar o viu, falou: “Dr. Bezerra de Menezes, que honra recebê-lo.”
Tomei um susto…
Pensei: “Bezerra de Menezes na minha frente?”
Vi o amigo índio querer se abaixar para saudar o Dr. Bezerra, mas o mesmo não deixou, dizendo assim: “Não, meu amigo, levante-se. Aqui quem tem que cantar de índio sou eu. Vejo que o meu irmão tem sucessivas vidas simples, ajudando o próximo com muita fé no Criador. Posso ter o diploma de Dr,
mas para nosso Pai Celestial, são os espíritos simples, de grande coração, que são os grandes doutores.”
Fiquei bobo com a reação dele…
Ele comentou com todos: “Esse é o rapaz que vai doar energias?”
Pegou no meu ombro, e disse: “Bom trabalho a todos. Preciso ir, fiquem com o Pai Celeste.”
Em segundos estávamos sós num quarto, com várias entidades com aparência de tristeza e sofrimento.Vi uma moça sem cabelos, totalmente careca.
Aproximei-me dela, peguei em sua mão e perguntei-lhe: “O que houve com você, querida?
Ela respondeu: “Morri de câncer, as drogas que me deram não me ajudaram a sobreviver, mas estou melhorando com a ajuda desses anjos daqui.”
Nisso, ao pegar em sua mão, senti uma energia dourada sair de minhas mãos, e olhei para trás, e estava cercado pelos amigos espirituais, todos de olhos fechados, bem concentrados.
Não entendi, mas parece que por intuição eu tinha ido ao lugar certo.
Era aquela mulher que tínhamos ido ajudar. Mas, por quê? Como eu fiz aquilo, mesmo sem saber, se eram tantas no quarto?
Não tive chance nem de perguntar.
Acordei no corpo, em lágrimas
Não estava chorando, o corpo é que tinha tido essa reação por si mesmo.
Fica aqui a saudade daquela mulher. Os seus olhos eram simplesmente lindos.
Vivos, de alguém que sei que verei em breve.
Deus a ajude, pois o amor que senti, e a gratidão dela, não haverá nada nessa vida que chegue perto disso.
Abraços a todos.
* O Dr. Bezerra de Menezes é um médico extrafísico muito famoso no meio
espírita brasileiro.